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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Sequencia didática - Medidas de tempo

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

MEDIDAS DE TEMPO

Ao iniciar o trabalho com horas percebi que os alunos não tinham compreensão do que era um dia, resolvi então criar um projeto onde ao invés de trabalhar apenas o fragmento hora eu trabalharia o todo: ano, mês, dia e hora.

Projeto: Quanto tempo tem?

Objetivo: Construir e explanar de forma divertida, porém eficaz, uma maneira dos alunos perceberem e compreenderem dentro de suas limitações a passagem do tempo.

Sequencia didática:

·        Leitura;
·        Roda de conversa;
·        Apresentação de dois vídeos;
·        Criação de uma maquete: Sol, Terra, Lua;
·        Criação da linha do tempo de um dia;
·        Construção de um calendário anual circular envolvendo o sistema Sol – Terra.

Desenvolvimento:

Leitura do livro: Estrelas e planetas.


Após uma roda de conversa sobre a leitura e sobre o sistema solar, tudo de maneira muito lúdica, usando os próprios alunos como exemplo, passei dois vídeos:

  • Espaçonave Terra (semana 1 e 2)
·        Kika – De onde vem o dia e a noite?

Os vídeos aguçaram a curiosidade das crianças, que no dia seguinte apareceram na escola com pesquisas que eles tinham feito em suas casas sobre a Terra e o sistema solar.
Quando revelei a eles que construiríamos uma maquete foi alegria total, contei com a colaboração de outro professor da minha escola, que também é PEB II de geografia, para a construção da base giratória onde essa maquete se apoiaria, os alunos se encarregaram da pintura do Sol, da Terra e da Lua. Eles ficaram surpresos ao ver o Sol maior que a Terra, pois tinham certeza de que era o contrario.


Montamos a maquete e a exploramos ao máximo: a Terra em volta de si mesma, a Lua em volta da Terra e em volta dela mesma, a Terra em volta do Sol. Foi mais de uma semana de trabalho em cima disso.  Deixei que “brincassem” bastante e perguntava diariamente: “De ontem para hoje o que aconteceu com a Terra?” e a resposta aos poucos foi se tornando unanime: “Deu uma volta em torno dela mesma” e eu continuava: E o que isso quer dizer mesmo? E as respostas eram: “Que passou um dia”, “Que já passou 24 horas”, “É “pro” porque um dia tem 24 horas, né?”
Achei que já estava na hora de explicar o que significava essas 24 horas, que até então só havia sido memorizado e não compreendido pelos alunos.
Recortei os relógios do livro didático e coloquei os ponteiros em pontos estratégicos: representando meia noite, seis da manhã, meio dia, seis da tarde e novamente meia noite.
Passamos a construir uma linha do tempo equivalente a um dia e nela relatamos uma rotina que fosse semelhante para todos. O ponto de maior curiosidade nesta etapa do projeto foi o fato do dia começar a meia noite, eles não se conformavam com o fato do “dia” começar a noite, foi onde combinei com eles que passaríamos a chamar o todo (período de 24 horas) de dia; o período claro deste dia dividiríamos em manhã e tarde e o período escuro chamaríamos de noite e madrugada.





Passamos vários dias trabalhando em cima desta rotina, em quando se inicia cada período do dia, o que fazemos em cada período, quando se inicia um novo dia, entre outras questões.
Neste ponto do trabalho começamos a verificar as horas, inicialmente pela rotina escolar: entrada, saída, intervalo, aula com os especialista. Como as aulas de arte, inglês e educação física são inferiores a uma hora, acabei tendo que entrar também nos minutos, eles não se conformavam com o fato de que as aulas de duas dessas disciplinas tinham o mesmo tempo de duração, pois de uma gostavam muito e de outra não, passaram então a medir e comparar o tempo dessas aulas.
Expliquei que cada vez que o ponteiro grande andava um número, passava-se cinco minutos e coloquei nos relógios da linha do tempo o valor equivalente aos minutos de cada número, passaram a tentar medir o tempo de tudo, em momento algum eu falei o tempo de duração do intervalo e em um determinado dia um aluno questionou se o intervalo tinha vinte minutos, respondi que sim e questionei como ele sabia, a explicação foi simples:  - “Pro, ele começa no 6 e termina no 10, cada número vale 5, então eu contei 5 + 5 + 5 + 5 (apontando para o 7, 8, 9, 10) que dá 20”. Percebi que para todos aquilo soava como uma conquista.
Para mim, um momento gratificante desta etapa foi ao realizarmos um passeio para São Paulo. Depois de muitas vezes perguntarem se já estava chegando, enfim eu respondi: faltam dez minutos. Automaticamente um deles falou: “Duas andadinhas do relógio, né pro? Então é bem pouquinho”.  Percebi que ele havia conseguido abstrair aquilo e mesmo sem estar diante de um relógio ele tinha a compreensão de que era pouco perto de todo tempo que já havíamos ficado no ônibus. Foi uma sensação muito boa de missão cumprida.
Hora de seguir com a etapa mais complicada do projeto, a construção de um calendário anual circular. Até a definição dos materiais que seriam usados foi de difícil escolha, porém durante todo planejamento e construção, mais uma vez contei com a ajuda do professor de geografia que citei acima.
Por ser um trabalho mais demorado e delicado, tendo que ser bem calculado e dividido, a participação dos alunos na construção deste foi um pouco menor, deixei que com meu auxilio traçassem alguns risco, levei com frequência para a sala enquanto eu o desenhava e buscava explicar o que eu estava fazendo.
Quando enfim apresentei o calendário pronto, percebi que houve grande admiração por parte dos alunos, todos queriam manusear a haste giratória, ficaram admirados com a quantidade de dias que são os 365 dias do ano (eles já sabiam que era esse o número, mas não tinham a real noção da quantidade).
Com este calendário pude trabalhar (claro que de forma acelerada, pois não havia mais tempo real suficiente) o movimento de translação, eles puderam visualizar dia após dia a Terra girando ao redor do Sol.


Outro assunto que abordei foi o tempo que levamos para fazer aniversário. Pedi que uma aluna fosse até o calendário e marcasse com a seta o dia do seu aniversário, depois disso questionei: Quando será que ela vai completar oito anos? Um ou outro até sabia que seria quando aquela data se repetisse, mas o que todos ficaram espantados foi quando peguei a haste e dei a volta no calendário explicando que aquela data só se repetiria depois que passassem todos aqueles dias. Percebi que tudo a partir dali seria uma grande descoberta.
Passei a trabalhar com as datas de nascimento para descobrir que era mais velho ou mais novo. A aceitação mais difícil que houve foi de que os gêmeos que tenho na sala, por questões de minutos, um é mais velho do que o outro, todas as diferenças de dias e meses foram bem aceitas, mas esta eu tive que pegar o relógio e criar algumas situações com minutos de diferença para que analisassem o que ocorreu primeiro, depois “simulamos” um parto de brincadeira, mas ainda assim teve criança que não aceitou que um fosse chamado de mais velho.
Como as aulas já estavam terminando e eu queria fechar o trabalho, pedi que cada um construísse seu calendário, eles só não colocariam os trinta/trinta e um dias de cada mês, ao invés disso colocaram apenas a data de seu nascimento, posteriormente pedi que marcassem apenas o dia do nascimento em todos os outros meses e assim além dos anos eles contaram quantos meses fazia que eles estavam com aquela idade.

Avaliação

Para mim o projeto foi inteiro gratificante e prazeroso, contemplar o envolvimento dos alunos, os questionamentos, as descobertas foi realmente incrível.
Os alunos foram avaliados em todas as etapas do projeto: leitura, pesquisa, participação, execução de atividades, interesse, colaboração, questionamentos, etc.












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